Edição V01N03 | Ano 2015 | Editorial Caso Clínico | Páginas 70 até 73
As fístulas arteriovenosas traumáticas (FAV) são uma comunicação anormal entre uma artéria e a veia que a acompanha, causadas por uma laceração incompleta de ambos os vasos. As FAV raramente são relatadas após a cirurgia ortognática. O presente relato de caso é de uma paciente, sexo feminino, 38 anos, que apresentava deformidade dentofacial de Classe III e assimetria facial, e desenvolveu uma FAV envolvendo a artéria esfenopalatina, após osteotomia Le Fort I para avanço maxilar e uma osteotomia sagital do ramo, bilateral, para corrigir a assimetria. Não houve sangramento persistente durante a cirurgia e não havia necessidade de controle de sangramento por clips vasculares ou ligadura da artéria. No décimo oitavo dia de pós-operatório, a paciente foi admitida no serviço de emergência do hospital onde havia sido operada, com epistaxe anterior e posterior. No intuito de controlar a hemorragia persistente, foi realizado tamponamento nasal anterior e posterior, bilateral, sem sucesso. A embolização seletiva bilateral dos ramos esfenopalatinos das artérias maxilares internas foi realizada com sucesso para controle do sangramento. O tratamento das FAV do sistema carotídeo externo inclui a excisão cirúrgica, ligadura da carótida externa e embolização transarterial, que pode ser realizada facilmente em lesões cirurgicamente inacessíveis, com risco muito baixo e morbidade mínima.
Ribeiro DPB, Wajnberg E, Silvares MG, Bahia TPS, Barros HLM, Medeiros PJD. Fístula arteriovenosa após cirurgia ortognática: relato de caso. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2015 set-dez;1(3):70-3. DOI: http://dx.doi.org/10.14436/2358-2782.1.3.070-073.oar